Luanda - O ano de 2025 ficará registado na história de Angola como um marco simbólico e estrutural. Ao assinalar os 50 anos da Independência Nacional, o país não apenas celebrou a sua soberania, como foi chamado a fazer um exercício profundo de balanço colectivo, avaliando o caminho percorrido, os ganhos alcançados, as fragilidades persistentes e, sobretudo, as escolhas estratégicas que definirão o futuro.
Fonte: Club-k.net
Cinco décadas depois do 11 de Novembro de 1975, Angola apresenta-se como um Estado soberano, politicamente estável, institucionalmente consolidado e respeitado no concerto das nações. A paz, conquistada com sacrifício e consolidada com responsabilidade, continua a ser o maior activo estratégico do país. Sem ela, não haveria reconstrução, reformas, investimento nem perspectivas de desenvolvimento sustentável.
Do ponto de vista político e institucional, 2025 confirmou a maturidade do Estado angolano. As comemorações dos 50 anos decorreram num ambiente de estabilidade, civismo e sentido de Estado, reforçando a unidade nacional e a coesão social. Angola mostrou que sabe celebrar o seu passado sem perder o foco no futuro.
No plano económico, 2025 foi um ano de resiliência e de continuidade das reformas estruturais. Num contexto internacional adverso, marcado por incertezas geopolíticas, pressões inflacionistas globais e desaceleração económica em várias regiões do mundo, Angola manteve o rumo das reformas macroeconómicas, com destaque para a disciplina orçamental, o controlo da inflação, a consolidação das finanças públicas e o reforço da credibilidade externa.
A economia angolana continuou a dar passos importantes na diversificação económica, com maior atenção à agricultura, à indústria transformadora, às pescas, aos serviços e ao conteúdo local. Embora o sector petrolífero continue a desempenhar um papel relevante, é cada vez mais claro que o futuro económico do país passa por produzir mais internamente, agregar valor e reduzir a dependência das importações.
No domínio social, 2025 reafirmou a centralidade do cidadão nas políticas públicas. Os investimentos em educação, saúde, água, energia e infraestruturas sociais demonstram um esforço contínuo do Executivo em melhorar as condições de vida da população. Persistem desafios significativos, como o custo de vida, o desemprego juvenil e a pobreza, mas há também uma consciência clara de que o desenvolvimento deve ser inclusivo, equilibrado e territorialmente harmonizado.
Ao completar 50 anos, Angola reforçou igualmente a sua posição no plano externo. O país afirmou-se como um actor credível na diplomacia regional e internacional, desempenhando um papel activo na promoção da paz, da estabilidade e da cooperação em África. Esta postura responsável tem fortalecido a imagem de Angola como um parceiro confiável para o investimento e para as parcerias estratégicas de longo prazo.
Se 2025 foi o ano do balanço e da reflexão, 2026 deve ser o ano da aceleração, da execução e dos resultados concretos. As expectativas da sociedade são claras: mais empregos, mais produção nacional, melhores serviços públicos e maior impacto das políticas económicas na vida real das famílias.
O desafio central para 2026 será transformar os ganhos macroeconómicos em melhorias efectivas no rendimento das famílias, acelerar a industrialização, fortalecer o sector privado nacional e apostar de forma decisiva no capital humano, especialmente na juventude. O país precisa de continuar a criar um ambiente favorável ao investimento, à inovação, ao empreendedorismo e à formalização da economia.
Outro eixo fundamental será o reforço da eficiência do Estado, com uma administração pública mais moderna, orientada para resultados, transparente e próxima do cidadão. A boa governação, o combate às distorções do mercado e a regulação eficaz continuarão a ser pilares essenciais para garantir justiça económica e social.
Os 50 anos da Independência não são um ponto de chegada, mas sim um novo ponto de partida. Angola entra em 2026 com uma base mais sólida, maior consciência dos seus desafios e uma visão mais clara do caminho a seguir. O futuro exigirá trabalho árduo, responsabilidade colectiva, patriotismo económico e unidade nacional.
O balanço de 2025 mostra que Angola tem condições para avançar. As perspetivas para 2026 dependem da capacidade de todos — Governo, sector privado e sociedade civil — de transformar visão em ação e esperança em resultados. Esse é o verdadeiro desafio da próxima etapa da nossa Independência.