Luanda - Enquanto cidadão e académico, noto que nomeação do Presidente João Lourenço ao Prémio Nobel da Paz representa um marco de grande relevância não apenas para Angola, mas também para todo o continente africano. Trata-se de um reconhecimento internacional à liderança que tem pautado pela diplomacia, pelo diálogo e pela busca de soluções pacíficas para os conflitos que ainda assolam a região da África Austral e dos Grandes Lagos. A sua postura conciliadora tem contribuído para aproximar povos e nações, reforçando a estabilidade política e a cooperação entre Estados vizinhos.
Fonte: Club-k.net
Um ganho coletivo para os angolanos
No contexto angolano, esta nomeação é um motivo de orgulho e esperança. Angola, que durante décadas viveu sob o peso da guerra civil, hoje é vista como um país promotor da paz e da reconciliação. A liderança do Presidente João Lourenço tem sido determinante para que o país se posicione como mediador credível em crises regionais, demonstrando que a experiência angolana pode servir de exemplo e inspiração para outras nações em busca de reconciliação.
A nível internacional, esta distinção projeta Angola para o centro das atenções globais, fortalecendo a sua imagem como nação comprometida com a paz e o desenvolvimento. Mais do que uma honra individual, a nomeação ao Nobel da Paz traduz o reconhecimento da contribuição de todo o povo angolano, que soube transformar a dor da guerra em força para a construção de um futuro baseado na estabilidade e no progresso. Este feito reforça a importância de continuar a cultivar valores de solidariedade, diálogo e respeito entre os povos.
Por fim, para os angolanos, esta nomeação deve ser entendida como um incentivo a manter viva a cultura de paz e de unidade nacional. O exemplo do Presidente João Lourenço mostra que é possível sonhar alto e que o esforço coletivo em prol da paz é sempre recompensado. Cabe a todos os cidadãos, em cada comunidade, continuar a trilhar este caminho, preservando a harmonia social e contribuindo para que Angola se afirme cada vez mais como um país de referência no continente africano e no mundo.
Setembro 04,2025Aos Ilustres Membros do Comitê Nobel da Paz,Venho, por meio desta nobre missiva, apresentar a nomeação de Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República de Angola, para o Prêmio Nobel da Paz.
O Presidente João Lourenço tem demonstrado, durante sua liderança na União Africana, um firme compromisso com a resolução dos conflitos regionais no continente africano, partindo do “princípio da paz”, um dos vetores que norteiam a política externa de Angola (art. 12, alíneas a b, c, d, e, f, g, h, i). Com base nesse princípio e em todo o esforço que vem sendo aplicado, a nomeação do Presidente João Lourenço ao Prêmio Nobel da Paz representa não apenas um ato de reconhecimento, mas também de valorização ao esforço e à vontade política de transmitir ao mundo o posicionamento de Angola quanto ao seu método de resolução de conflitos.
Em um mundo cada vez mais globalizado e interdependente, Angola, sob sua liderança, tem se posicionado no tabuleiro geopolítico como uma nação firme em seus valores e princípios. Nesse sentido, a condução da política externa por Sua Excelência, o Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, com base nos princípios consagrados constitucionalmente, reforça o seu compromisso com a pacificação dos conflitos regionais e internacionais, por meio do diálogo e do respeito à soberania dos outros Estados.
Destacam-se, entre suas acções para garantir a estabilidade no continente e reparações na relação com os Estados da União Europeia:
Reparações da escravidão histórica: João Lourenço ao intervir na cimeira do dia de africa 2025, pediu aos estados europeus uma reparação aos escravismos históricos por meio de justiça aos Estados africanos, Durante o evento de alto nível do Dia da África 2025, realizado na sede da União Africana em Addis Abeba, o Presidente da União Africana e Presidente de Angola, João Lourenço, e o Campeão da UA para Reparações e Presidente de Gana, John Dramani Mahama, fizeram seus discursos por videoconferência.
Na ocasião, ambos enfatizaram a importância da justiça para os africanos e pessoas de ascendência africana, por meio de reparações e de uma ação continental coletiva.Ele destacou a necessidade de construir uma África baseada em valores, conquistas e vitórias com as quais todos os africanos possam se identificar.
O Presidente João Lourenço reconheceu os desafios complexos da África, incluindo a fragmentação política, extremismo violento, desemprego juvenil e a vulnerabilidade climática. Ele pediu por instituições mais fortes, governança democrática, integração econômica e investimento em infraestrutura crítica, como estradas, energia e desenvolvimento industrial.
1. Atenção aos históricos fluxos migratórios: em julho de 2018, ao discursar na sessão plenária do Parlamento Europeu, o Presidente João Lourenço destacou a vergonha associada ao fluxo migratório ilegal e perigoso de cidadãos africanos rumo à Europa. Apelou à União Europeia por um modelo de cooperação mais equilibrado e justo, que promova emprego e oportunidades no continente africano e Europeu.
2. Advocacia por uma parceria equilibrada com os Estados europeus: em diversas entrevistas, o Presidente sublinhou que a cooperação com a Europa deve ser recíproca — não apenas a África receber conhecimento e capital, mas também oferecer valor e ganhos ao continente europeu.Feitos durante a presidência da União Africana:
1. Prestígio diplomático: ao assumir a presidência da União Africana, o Presidente João Lourenço elevou o prestígio político da organização e de Angola, reforçando seu papel como mediador em crises (como na República Democrática do Congo e em Ruanda), sempre valorizando o diálogo, a democracia e a estabilidade econômica.
Assim sendo, há inúmeras razões para a sua nomeação. Após décadas de guerra civil (1975 2002), João Lourenço deu continuidade à política de reconciliação nacional iniciada por seu antecessor, José Eduardo dos Santos. Iniciou investigações anticorrupção em larga escala contra pessoas próximas ao ex-presidente, incluindo membros de sua família, o que ajudou a restaurar a confiança nas instituições do Estado.
Ruanda e na República Centro-Africana (RCA). João Lourenço desempenhou um papel fundamental nas tentativas de resolução da crise na RCA, especialmente entre 2019 e 2022. Angola, como membro da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), participou dos esforços de manutenção da paz na República Centro-Africana.
Em 2024 e neste ano2025, o excelente trabalho e a dedicação do Presidente João Lourenço na busca pela paz no leste da RDC foram reconhecidos publicamente pelo Presidente de Ruanda, Paul Kagame. Assim sendo, é justo e digno a sua nomeação.
Com os melhores cumprimentosAFONSO BOTÁZAcadémico e Analista PolíticoLuanda, Angola