Luanda - O primeiro dia da greve dos taxistas em Luanda, convocada contra o aumento dos combustíveis, ficou marcado esta segunda-feira por episódios de violência, incluindo saques, vandalismo e confrontos que resultaram em vítimas mortais. O Consulado de Portugal em Luanda desaconselha deslocações desnecessárias.
Fonte:n RTP
A paralisação dos táxis deixou esta segunda-feira milhares de pessoas sem transporte na capital de Luanda e restantes províncias do país, obrigando-as a percorrer longas distâncias ou a permanecer nos locais de trabalho devido à atual situação de insegurança.
O que deveria ser uma "paralisação pacífica", convocada por associações de taxistas, escalou para episódios de violência em diversos bairros da capital angolana. Grupos de jovens revoltados bloquearam ruas, invadiram lojas e atacaram veículos, incluindo autocarros e carros da polícia, forçando as autoridades angolanas a intervir com disparos para dispersar as multidões.00:00/01:55
Após um primeiro dia de tumultos, várias lojas, escolas e postos de abastecimento fecharam por precaução, enquanto o Palácio Presidencial reforçou a segurança.
A eclosão da violência coincidiu com o regresso ao país do presidente angolano, João Lourenço, após uma visita oficial de três dias a Portugal.Governo denuncia "ações criminosas"
Entretanto, o Governo angolano considerou os atos de violência ocorridos esta segunda-feira "ações criminosas" e avisou que constituem um "ataque ao Estado democrático e de direito", num comunicado do Ministério angolano do Interior, lido na televisão nacional."Essas ações criminosas que atentam contra a estabilidade pública representam um ataque ao Estado democrático e de direito e ao bem-estar dos cidadãos", salienta o comunicado.
Segundo o Ministério do Interior de Angola, "são atos premeditados de sabotagem e intimidação que não serão, em hipótese alguma, tolerados, pelo que as autoridades estão a tomar todas as medidas necessárias para a manutenção da ordem e tranquilidade públicas, bem como para identificar, responsabilizar e levar à justiça os mandantes e executores desses atos deploráveis".
As autoridades angolanas reafirmam que "a situação de segurança pública é estável e apela à população para que se abstenha de participar ou incentivar esse tipo de ações e que colabore com as autoridades denunciando quaisquer atividades suspeitas".Consulado de Portugal desaconselha deslocações
O Consulado-Geral de Portugal em Luanda alertou esta segunda-feira para a atual situação de segurança na capital angolana, recomendando prudência e que se evitem deslocações desnecessárias, face aos tumultos que hoje ocorreram em vários pontos de Luanda.
"A atual situação de segurança em Luanda é objeto de monitorização e acompanhamento próximo por parte da representação diplomática de Portugal em Angola, em contacto com as competentes autoridades angolanas e com os parceiros da UE", pode ler-se no comunicado publicado na página oficial do consulado.
O consulado aconselha os cidadãos portugueses a manterem "prudência e vigilância", e sugere a adesão ao canal WhatsApp do Consulado-Geral de Portugal em Luanda, disponível através da ligação: https://whatsapp.com/channel/0029Vb60CvfEquiG2BpxWf2g.