Aos racistas do chega: uma lição de realidade e história - José Gomes "Utola"
Luanda - As recentes declarações vindas de figuras do partido português CHEGA, sugerindo que o Governo Angolano deveria se envergonhar da imigração de cidadãos angolanos para Portugal, não só revelam uma ignorância crua sobre a história e a realidade das migrações, como também ameaçam os avanços diplomáticos e humanos conquistados entre os países membros da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Fonte: Club-k.net
Apenas para elucidar os delírios xenófobos e esquizofrênicos deste movimento regressista da política portuguesa:
• Actualmente, vivem em Portugal cerca de 55 mil cidadãos angolanos, muitos deles contribuindo ativamente para a economia, para o sistema de saúde, construção civil, serviços e para a diversidade cultural do país;
• Em Angola, vivem mais de 112 mil cidadãos portugueses, bem acolhidos, integrados e respeitados, usufruindo da hospitalidade que Angola sempre ofereceu a quem nela decide viver e trabalhar;
• Em toda a Europa, vivem aproximadamente 8 milhões de negros (africanos e seus descendentes) - o que representa menos de 1% da população europeia. Trata-se de uma presença ínfima em números, mas de um impacto significativo em riqueza cultural, força de trabalho e diversidade;
• Só na África do Sul, vivem cerca de 200 mil portugueses, e estima-se que existam mais de 500 mil descendentes portugueses naquele país - número que supera em muito o de angolanos em toda a Europa se contabilizamos o número total de portugueses em África.
Portanto, antes de espalharem narrativas tóxicas contra a imigração africana, os representantes do CHEGA deveriam refletir sobre as consequências de um eventual travamento global da mobilidade humana. Nessa equação, os portugueses teriam muito mais a perder do que os angolanos.
A imigração é um fenômeno bilateral e histórico. Muitos portugueses fizeram (e fazem) das Áfricas o seu lar, assim como muitos africanos procuram melhores condições de vida na Europa. Não se trata de vergonha, mas sim de sobrevivência, oportunidade, cooperação e humanidade.
Se um dia o CHEGA se tornar governo, e esperamos sinceramente que o povo português tenha maturidade democrática para impedir tal retrocesso, as relações multilaterais construídas com esforço entre Angola e Portugal poderão sofrer danos irreparáveis.
É por isso que continuaremos a lutar contra o discurso de ódio, contra o racismo institucional e pela convivência fraterna entre os povos da CPLP.
Não aceitaremos ser bode expiatório das frustrações históricas de quem ainda vive com saudades da opressão colonial.
José Gomes (Utola)Escritor, Activista Cultural, Analista Socio-politico, Membro da Diáspora Angolana no Reino Unido.
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